sexta-feira, 4 de janeiro de 2013


Meu nome é Isabele, tenho 23 anos, moro em um pequeno apartamento, trabalho pra caramba, vou ser uma comunicóloga dentro de breve, adoro escrever, ler, assistir filmes ou fazer algumas travessuras no meu tempo livro (nada ilícito) e não tenho lá uma voz de barítono, mas aprecio um bom debate e sei expressar minhas opiniões muito bem para quem se interesse em ouvi-las.

Como todos nós, eu já enfrentei momentos difíceis na minha vida e em relacionamentos. Alguns já me levaram ao ponto de jamais querer tentar novamente, ser uma bon vivant.
Levar a vida despreocupadamente, sem responsabilidades, sem afetos, sem laços. E me pareceu ótimo no começo. Sair com amigos, com a família, dançar, sorrir, divertir-me sem pensar em hora pra acabar. Sem me preocupar com nada, sem um só pensamento na cabeça que não fosse viver aquele momento. Conhecer pessoas novas, rir com elas, trocar contatos, mas ao mesmo tempo mantendo certa distância. Sumindo e aparecendo muito tempo depois, falando bastante e boa parte das vezes mantendo certa ausência.

Era confortável. Fazer amizades, mas não fazer laços. Não permitir que as pessoas sentissem muito a minha falta. A sensação era de como estar pendurada na janela no alto de uma torre, como uma Rapunzel. As pessoas a veem e a admiram e você as vê também. Mas só prefere observar tudo a distancia, com um misto de admiração e um pouco de inveja, mas com a consciência profunda de que apenas observa o inalcançável. Algo que jamais poderá obter.

Afinal se eu insisti tanto e nada deu certo, pra que me ferir mais? Já existem feridas, marcas, cacos e cicatrizes o suficiente para deixar a minha bagagem emocional cheia. Nossa, lotada e surrada, encardida com tanto sangue e sujeira.

Foi então, que você surgiu. Alguém também ferido, que sentiu em mim a mesma carga que já experimentara um dia. Sentiu pela minha voz, minhas palavras, meu jeito de me expressar. Pelo caminho que escolhi levar. Não muito louvável, tortuoso, mas que me manteria firme. Então com sua força, suas garras, sua obstinação, sua confiança e esperança decidiu puxar o tapete sobre meus pés. Estava decidido a tirar minha estabilidade e me por pra flutuar, lembra?

Tanto, que se gaba disso várias vezes hoje, quando conversamos e rimos. Ah, como rimos! Como eu ria no começo dos seus gracejos, mesmo desconfiada de que estivesse tramando algo contra mim. Mantendo-me firme em não acreditar nas suas doces palavras, ou no seu carinho infinito em forma de poesia. Como teve paciência! Talvez por isso hoje, tu sejas um pouco menos tolerante, tendo-a gastado tentando me convencer que havia ao algo aqui, alguma coisa maravilhosa em que nós tínhamos o dever de perseguir e apostar.

Pois a recompensa poderia ser plena. E foi. E é. E sempre será. Pois estar ao seu lado é recuperar a parte mais importante de mim mesma, a qual tinha deixado de lado. É repensar nas minhas atitudes, é querer mudar todos os dias, me aperfeiçoar um pouco mais para ti. É pensar em atitudes que jamais considerei antes, como: realmente aprender a cozinhar, cuidar de uma casa e uma família. Morar em uma casa, mesmo pequena, mas ter um grande cachorro e um pequeno quintal. É querer plantar e colher ao seu lado, acordar todos os dias mais cedo, só para ver seu rosto sereno ao dormir ou seu sorriso desconcertado ao despertar.

É querer uma vida familiar, eu que sempre tive a absoluta certeza de que passaria o resto dos meus dias sozinha. Como nossas certezas mudam! Mas você é a única certeza que não vou mudar. Pois se tão, tão distante você consegue-me entender seja uma palavra não dita, um muxoxo dado ou um suspiro prolongado, imagina de perto?

Sei que decifrará todos os meus sorrisos, caretas, birras, tiques e até meu ar ameaçador que de acordo contigo, não assusta ninguém. Que saberá que quando eu não fizer nada disso, provavelmente estarei falando sério e ai sim começará a se preocupar. Que me carregará no colo se não conseguir andar, que ficará despedaçado se eu derramar uma lágrima. Afinal, isso você já ficou.

O que posso fazer? Você escolheu conquistar o coração mais derretido do mundo, então agora tem que aguentar as pontas. Esse coração inquieto terá que suportar toda a insegurança e lamentações do meu. Mas você sabe, assim como eu, que valerá a pena.





Pois Juramos De Coração, Né? Agora É Promessa. Não Tem Volta.