quinta-feira, 14 de junho de 2012


Olá Pessoas, Bom Dia! Aqui estou eu escrevendo para mais uma postagem em meu blog. E eu torço para que esse texto os ajudem a refletir sobre a igualdade de nossas condições como os seres que somos: Humanos.


 Ontem assisti a um filme. Chama-se Histórias Cruzadas. E ele me fez ver a que ponto nós, seres humanos, podemos ser perversos e cruéis com o próximo. Apenas por ele ocupar uma posição inferior, que nos permitam total liberdade de explorar o mesmo de alguma forma, ou principalmente, por ele ser diferente de nós de qualquer maneira.

 Na década de 60, no Estado do Mississipi, Estados Unidos, é o cenário do qual retrata esse filme que estou descrevendo, e o exemplo dessa desumanidade é claro. É o auge da época em que o racismo era impregnado como cultura naquele país, e nos Estados da região Sul, esse fato já fazia parte da constituição. Havia até uma cartilha esclarecendo aos cidadãos brancos como os negros deveriam ser tratados, e quais direitos eles tinham. Que na bem da verdade, não havia direitos.

 Os negros eram chamados de “gente de cor”, sendo que a única diferença deles para os escravos (e vejam quanto tempo se passou desde que a lei Áurea foi instituída!) é que recebiam R$ 0,95 centavos por dia para trabalharem. Sejam como empregados domésticos, de estabelecimentos ou em construções. As crianças negras ainda conseguiram o direito básico de uma escola só para elas, mas inevitavelmente os filhos mais velhos tinham que deixar a escola pela metade e começar a trabalhar ainda jovens como empregados para ajudar no sustento do lar.

 E isso é só o inicio da vida sofrida que eles levavam, principalmente as mulheres negras, que já nasciam sabendo que seriam empregadas domésticas, ou melhor dizendo: escravas domésticas. Pois as patroas, as dondocas brancas que já nasciam privilegiadas com uma vida de conforto e sem preocupações só aprendiam o único caminho na vida que suas mães podiam lhe ensinar: Arrumar um bom marido, que a sustentassem em tudo e apenas fingir que sabem cuidar de uma casa e de seus próprios filhos, mas deixando tudo nas mãos das empregadas. Afinal, suas preocupações reais deveriam ser estarem sempre lindas, impecáveis, conhecerem muito bem o jogo de Bridget, estarem sempre atualizadas das fofocas locais e tentarem realizar alguma forma ridícula de caridade.

 Sempre é claro seguindo zelosamente as regras da comunidade e de sua líder, que a cada geração havia sempre a mais terrível dessas mulheres com uma espécie de poder. Poder de dizer como os outros devem agir a cada passo de suas vidas. E foi uma dessas senhoras que decidiu sugerir a comunidade e até ao governador do Estado que em todas as casas deveriam ser instituídos um terceiro banheiro, do lado de fora da casa, para que os empregados possam usar. Por que todos sabiam que os negros tinham doenças próprias, muito perigosas e eles, os brancos limpos deveriam evitar qualquer contato para haver o mínimo de contaminação. 

Oras, mas para limparem as suas casas, botarem as mãos para preparar suas refeições e cuidarem de seus filhos como se fossem os próprios filhos delas, (inevitavelmente negligenciando suas crianças) as empregadas negras serviam! Não é uma estranha ironia para esses racistas horrendos, que nesses momentos eles não temessem o perigo de se obter alguma doença? Esse é o mais especifico exemplo de como o racismo embutido nas sociedades, pode ser nocivo e até mesmo irracional.

 E os empregados jamais eram ouvidos. Ninguém poderia adquirir um sussurro de protesto, sejam os próprios negros ou qualquer branco que simpatizasse com os mesmos, pois a repreensão vinha em formas de processos, falsas acusações de roubo, mandados de prisão e até assassinatos. Pelo fato deles serem vistos apenas como animais mais úteis, quaisquer coisas que lhes acontecessem, nenhuma autoridade dava-lhes a menor importância. O medo perseguia a vida dessa gente e o filme aqui retratado fala sobre a coragem de uma jovem branca, e aparentemente tão dondoca como as outras, mas tão diferente era de suas companheiras de classe que não aceitava a realidade em que vivia e decidiu fazer algo a respeito.

 E então conquistou a duras penas a simpatia e amizade de duas empregadas negras das quais uma delas ouvindo um sermão do pastor sobre fazer o que era certo, decide convencer a outra de que as duas devem contar as suas histórias para aquela jovem moça branca que ia a casa delas sorrateiramente e que tinha um dom: o de escrever. E assim a mesma jovem conseguiu concluir um livro que abalaria as estruturas daquela sociedade tão rígida. Acredito que quem fez esse filme, como a autora do livro no qual foi inspirado, merecem ser premiados e congratulados por apenas um motivo: o de nos incutir na consciência de que todos nós somos iguais e merecemos o mesmo respeito, os mesmo direitos. Pois os sentimentos, os sofrimentos e perdas são os mesmos, para todos. E quando o universo em si decide dar a sua lição para a humanidade em forma de grandes desastres, ele não tem preconceito de cor.


Bem, essa é a mensagem que deixo aqui para iluminar a mente de vocês nesse dia. 

“Quando alcançarmos o juízo final, seremos todos iguais.”